domingo, 26 de junho de 2011

A Morte da Ética


No Brasil, temos a percepção aceitável e cultural do chamado jeitinho brasileiro. Nada mais é que, formas ditas como “inteligentes” de levar vantagem em tudo. Não confundi com a criatividade, coisa que é tão característica do nosso povo. O jeitinho brasileiro, muitas vezes é uma forma simpática de burlar a ética.
                A Ética virou algo tão excepcional que devolver o dinheiro que não é seu, é destaque nos jornais. Fazer o certo é tão raro que virou exceção e não regra. Quem é ético, pode inclusive ganhar um adjetivo de bobo ou besta, pois a moda é tirar vantagem de tudo, de todos e em qualquer situação, seja na fila do banco ou no erro de um troco que veio a mais. A falta de ética está generalizada e não escolhe classes, seja ela social ou econômica, nem tampouco idade.
                Enquanto nós nos admiramos com as raras exceções da prova tímida que a ética ainda existe, aos pouco ela morre na falta de prática de muitos. Não é algo que se aprende na escola, nem nas reuniões familiares, onde os pais eram os semeadores. Ela aos poucos agoniza com escândalos descarados, estampados de verde, azul e branco e lamentamos seu último suspiro na esperança que ela tal qual a fênix ressurja das cinzas.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Qualidade de vida


“A beleza está nas coisas simples da vida” - Na volta para casa, depois de mais uma luta da labuta diária e uma luta por ideais, eu me senti exausta. Foi como se todas as minhas energias tivessem descarregado de uma única vez. Mas de onde vêm nossas energias?

Sabemos bem a quantidade de coisas que minam as nossas energias durante o dia.

Noites mal dormidas;
Má alimentação;
Um trabalho estressante;
Muito esforço físico e mental;
E não pasme, mas os “nãos” que recebemos, também minam as nossas energias.

É fácil detectar o esgotamento de nossas forças vitais. Sempre temos outros fatores associados que só faz piorar a situação. A ansiedade me faz comer mais, a tristeza me faz comer menos, as preocupações me deixam com insônia, o nervosismo ataca minha gastrite e é agravada pela falta de apetite quando fico triste. Tudo é sintomatizado no meu estômago. Por dormir pouco, óbvio, fico com muito sono e às vezes com dor de cabeça... e o pulso ainda pulsa, pois essa lista com cara de anamnese não tem mais fim.

Conheço os sintomas e sei as causas, porém fazer algo para eliminar os catalizadores não é fácil. Preciso de dois hábitos que tento manter: disciplina e regularidade. 

Tudo se resumiria em “Qualidade de vida”, mas o que seria qualidade de vida? Para alguns seria necessário ter muito dinheiro para tê-la. Para mim, apenas organização. Ter viabilidade para uma regularidade, manter a disciplina para fazer o que é realmente necessário.

Daqui a alguns dias, o projeto acaba e volto para Boa Viagem. Não gostei desta mudança por diversos fatores: o trânsito, a distância, ou seja, vou dormir menos. A falta de estrutura para almoçar, consequentemente me alimentar mal, o clima, pois não estarei mais em um dos bairros mais arborizados de Recife, a troca de uma academia com vista para o Parque da Jaqueira... são tantas as coisas que vou perder com esta mudança que fico triste só em imaginar.

O que posso fazer para melhorar a qualidade de vida com os recursos que ainda possuo? Todo este tempo, sempre passei pela Jaqueira e pensava: "Vou tirar um dia no meu horário de almoço para caminhar na Jaqueira, mas não uma caminhada atlética, seria uma caminha de relaxamento, respirando profundamente e purificando os pulmões, descalçar e caminhar pela grama, deitar no banquinho de cimento frio e fechar os olhos só para ouvir o canto dos pássaros." Poético, não? Mas isso para mim é qualidade de vida, nada comparado a almoçar e voltar para frente do computador, certada de ácaros e radiações das máquinas.

Quanto custa isto? "Nada!" Incrivelmente algo que é tão prazeroso e faz tão bem, não custa nem um real. Quantas vezes eu fiz isto? “Nenhuma!” E agora que vou perder esta oportunidade, me lamento de não ter feito várias vezes.

Posso acrescentar varias outras coisas para melhorar minha qualidade de vida. Alimentação, uma boa noite de sono, conectar menos as coisas que me deixam estressada, conectar mais as coisas que me dão prazer e felicidade. Pena que todas as coisas são passiveis de serem feitas no meu novo endereço comercial, mas os passeios no Parque da Jaqueira, estes, não podem ser levá-los comigo. Eu tenho uma ampulheta – e não é do Windows - sinalizando o pouquíssimo tempo para realizar esta recarga de energia vital e totalmente gratuita. Agora é só por em prática.

Lição do dia: Qualidade de vida é uma filosofia inteligente da percepção dos recursos a sua volta.

domingo, 19 de junho de 2011

Poderá a cabeça ficar sem o corpo?

Seguindo o conselho de alguém que eu considero muito, fui ao Culto de Celebração.

Difícil para quem não é Cristão, entender quando o Pastor do alto do púlpito prega e as palavras não são para mais ninguém na igreja que não seja você.

No início do ano, logo assim que novos convertidos foram convidados à classe nova vida, (discipulado), minha mãe, recém convertida, começou a freqüentar e nos primeiros dias, eu fiquei na mesma classe para dar apoio, fortalecer e firmar sua decisão.

É de costume nas Igrejas Batistas, e até em outras denominações, que temos que tratar muito bem os visitantes, principalmente os novos convertidos, pois esta fase, conhecida como a fase do leite, ainda estão engatinhando na vida Cristã e são demasiadamente frágeis, capazes de se escandalizar por qualquer comentário ou eventualidade que ocorra durante este período.   

Uma noite de sábado, um novo convertido estava aguardando a aula começar e juntou-se a minha mãe no pátio da igreja, começaram a conversar e ele prontamente assim que me viu chegar, começou a fazer diversas perguntas. Todas as perguntas eram relacionadas à sua conversão. Fiz questão de explicar e tirar todas as dúvidas, pelo menos as que me sentia segura em esclarecer. As demais, eu pedi para que procurasse o Pr. Nilson, que sempre está disponível para qualquer um de seu rebanho.

Ele muito educado e se mostrou bastante interessado em tudo que eu dizia. Até então, ótimo! Para mim, conseguir ganhar uma vida para Cristo é um prêmio sem valor mensurável, não tem preço.

Passados os dias, comecei a descer para classe da maturidade, pois a classe nova vida eu já tinha frequentado durante um ano inteiro antes do batismo. E ele queria descer comigo, expliquei que era importante para ele continuar na classe nova vida e o convidei para EBD. No outro dia, logo cedo, lá estava ele, fazia questão de sentar ao meu lado. Pediu telefone, queria saber qual o culto que eu vinha, comecei a perceber que não era pela palavra todo aquele interesse e isso começou a me incomodar. Depois que conseguiu meu telefone, passou a me ligar, passar mensagens, passei a ignorar. 

No culto de celebração, geralmente eu ia sozinha e ele estava lá, aguardando ansiosamente o término para me dar carona até em casa, já que minha mãe e Raphinha não estavam comigo. Resultado: Deixei de ir, deixei também de ir para os encontros do grupo jovem quando soube que ele estava indo.

Durante o culto de hoje, culto com Ceia do Senhor, o Pr. Edvan falou algumas coisas que tocaram o meu coração, não era para ninguém, senão para mim as palavras que ele disse. Como eu tinha esquecido o meu caderno, peguei um envelope do dizimo que tinha na minha bíblia e comecei a escrever.

Ele disse: “Ouvimos tanto a palavra que chegamos a negar, a rejeitar, porque estamos saturados.” - E citou João 10 – Jesus, o bom Pastor. E continuou dizendo que temos uma audição diferente - “Jesus chama e as ovelhas a seguem, porque são suas e ninguém as pode arrebatar de sua mão. Jesus a conhece, por isso, a palavra é para você. Tua boca confessará: Aqui estou EU, Senhor! Olha pra mim! Pois elas não se escondem, estão comigo. Hoje seguem homens, seguem idéias, mas não seguem a Cristo. Seguir ao Senhor é seguir com Ele. Quem aceita a palavra, aceita também o corpo, pois Cristo é a cabeça.”

Tantas coisas mais ele falou. Mas a última me chamou atenção, não posso negar a palavra e me encher de desculpas para não ir ao culto de celebração. Não posso me esconder. Se eu tenho a Cristo, ou seja, a cabeça. Eu não posso ficar sem o corpo, a igreja.

Lição do dia: Quando se quer, arrumasse um meio, quando não, uma desculpa.

sábado, 18 de junho de 2011

Ósseos do ofício

Fazer a feira, supermercado, Bompreço... qualquer que seja o nome dado para esta tarefa caseira e inevitável, não podemos negar que é sempre muito trabalhosa.

Sempre começa pela lista. Sempre tem algo que me esqueço de colocar e só lembro no supermercado, isso quando eu lembro. Acordar cedo em pleno sábado e bater mais de um supermercado para cumprir todos os itens da lista é extremamente cansativo. 

Se eu fosse o tipo de pessoa que simplesmente colocasse dentro do carrinho, levaria cerca de 30 a 45min. no máximo. Mas eu sou do tipo que tenho um roteiro para fazer a feira. Que vai do cereal e grãos, e termina nos frios e laticínios. Mas até aí é questão de lógica, né? Os frios são por último para não descongelar. (óbvio!) O problema não é este, se é que isto é um problema. Eu comparo tudo: preço, peso, marca, validade, tamanho, embalagem e inclusive valor nutricional. Não compro certos itens sem olhar alguns detalhes. 

Estava eu no segundo supermercado do dia, escolhendo o azeite, quando um senhor se aproxima e pega o vidro de uma marca não tão conhecida, mas com o preço mais em conta.  Enquanto ele esperava a filha voltar com o queijo, me viu pegar vários vidros de azeite e retorná-los novamente à prateleira. Eu estava analisando o nível máximo de acidez que os azeites têm. Nem todo mundo sabe disso, essa informação vem minúscula na embalagem. Expliquei para ele como se ler os valores nutricionais e o que significa (%VD - valores diários) nas embalagens.

Hoje dou valor a pequenos conceitos adquiridos na minha infância. Minha mãe não tem este hábito, coisa que adquiri com minha tia, afinal eu fui criada com ela. Eu ensino a Raphinha e espero que ele passe para meus netos.

Lição do dia: A herança não se constitui apenas de valores monetários, é composta de conhecimento e bons hábitos.

domingo, 5 de junho de 2011

Frutos de um trabalho feito com amor

No ano passado, tive o privilégio de fazer parte de um projeto solidário. Algo simples, apenas um eMonitoramento de uma jovem.
Venho acompanhando o desenvolvimento dela desde que minha monitoria acabou. E como é gratificante ver o quanto ela vem crescendo, e se direcionando como profissional e mulher. Trocamos e-mail, ideias e dúvidas a cerca de tudo. Tem sido uma relação mútua de confiança e muita admiração.

No encerramento do projeto, levei uma lembrança, um livro. Em nossas conversas, ela havia dito que tinha muita dificuldade em concluir a leitura de qualquer livro, isso me deixou pensando o porquê isso acontecia. Tentei verificar de que forma ela lia, quais as literaturas e percebi que era muito mais por obrigação escolar, do que por prazer de ler algo que lhe interessasse.

No dia do encontro, levei um livro, ela nem esperava receber algo e ficou surpresa e feliz com o presente. Não foi um livro literário que eu já tivesse lido, mas um de “autoajuda” para algumas coisas que eu percebi em nossas conversas. Não fazia o gênero romântico de Augusto Cury, era mais algo do dia a dia onde podemos perceber que nossa vida depende muito do nosso autoconhecimento e  de nossa capacidade sabotada por nós mesmos.

Eu e Edilene

Escolhi o livro: “Pare de se sabotar e dê a volta por cima” do autor Flip Flippen, para este psicoterapeuta, o ponto de partida para o verdadeiro sucesso é o autoconhecimento: quando você conhece a si mesmo, pode compreender melhor as características de sua personalidade e identificar suas limitações.
O fundamental é saber quais são seus pontos fracos, de modo que você possa superá-los e transformá-los em qualidades que gerem resultados significativos.

Sugeri que ela fizesse a leitura deste livro de forma diferente, levando em consideração alguns pontos:
Preparar um ambiente para ler. Sugeri que fosse antes de dormir, pois é calmo e silencioso;
Fazer pequenas anotações de trechos do livro que lhe chamasse atenção;
Não simplesmente ler, mas entender o que está sendo lido, se for o caso, fazer uma releitura para saber se compreendeu.
Palavra nova. Caso encontre uma palavra que não sabe, acha que sabe o significado, mas não tem certeza, pesquise!
O resultado está em um e-mail que recebi na sexta-feira (04/06/2011), com um resumo dos trechos que mais a chamaram a atenção. Isso me deixou muito feliz.

Lição do dia: Não sabemos o quanto é importante ser o semeador até perceber os frutos colhidos.